A resposta é "depende"!
Na faculdade de regência estudamos sobre todos os instrumentos mas não executamos todos eles. Às vezes, a gente conhece um instrumento específico somente através dos livros e pela internet. Geralmente, o regente domina um só instrumento que, em sua maioria, é o piano. Mas existem maestros que dominam dois ou mais instrumentos.
No meu caso, domino o trompete, o piano, o violão e o canto. O que precisamos entender é que o maestro é como se fosse um técnico de futebol, comparado grosseiramente, pois um técnico de futebol sabe exatamente a estratégia que vai usar para seu time vencer. Contudo, ele não entra em campo e chuta a bola, isto porque sabe o que quer e manda os outros fazerem, mas não o executa de fato. Na maioria das vezes, o técnico de futebol é ex-jogador de linha e sabe o que um goleiro deve fazer mesmo nunca tendo sido um.
Em suma, um maestro precisa conhecer, na teoria, todos os instrumentos musicais e os termos específicos de cada um, como um glissando para os metais, um spiccato para os violinos, um powerchord ou mesmo um slide na guitarra, um slap no baixo elétrico, um pizzicato no baixo sinfônico, etc... Isto porque o maestro não sabe, necessariamente, executar estas técnicas nestes instrumentos, mas sabe que, se pedir, o músico tem que executar e o maestro vai corrigir verbalmente ou gestualmente caso a execução não esteja a contento do maestro.
O que quero dizer é que o maestro não precisa saber tocar mas precisa saber dizer o que quer ouvir musicalmente. Baseado nesta explicação fica fácil entender que é bastante difícil encontrar um maestro que toque harpa, percussão sinfônica, xilofone ou gaita de fole. Porém, qualquer maestro bem formado e informado também conhece a tessitura e a capacidade de execução destes instrumentos, mesmo sem saber tocá-los.
Agora, quando disse "depende", quero dizer que se o maestro estudou regência com especialização em corais, só trabalha com corais à capela e o domínio técnico dele é o canto, provavelmente ele não se deparará com instrumentos de orquestra e, com isto, não precisará estudar sobre outros instrumentos. Da mesma forma, um maestro que trabalha com música popular não precisa, necessariamente, entender de instrumentos eruditos como no caso do cravo, a cítara ou o Alos.
Um grande abraço!
por: Maestro Sandro Ribeiro
